sábado, 16 de fevereiro de 2008

Sangue Negro (Paul Thomas Anderson, 2007)

Onde os fracos não têm vez - Parte 2, digo, Magnólia - O Retorno, digo, Sangue Negro é um filme audaciosamente chato pra caralho. Algo me leva a crer que os irmãos Coen tiveram uma reunião muito monótona e pretensiosa com o Paul Thomas Anderson e que, juntos, eles resolveram fazer uma trilogia sobre o ultimate badass do oeste americano, cuja terceira parte eu não estou contando os dias para assistir.
Diferentemente de Onde os fracos..., entretanto, o filme de PTA tem a vantagem de possuir uma história, com personagens interessantes e multifacetados, que não precisam morrer no meio do filme em nome da ambição cinematográfica. A história da ascensão e queda de Daniel Plainview pode ser percebida como um 'alegoria ao poder cego que o capitalismo exerce sobre o homem' (o cara mandou o 'filho' surdo e manco embora no trem das onze), uma 'biografia de George W. Bush disfarçada de western artístico barra Cidadão Kane do século XIX' (a cena em que a refinaria pega fogo remete invariavelmente ao atentado de 11/9 e à mensagem nele implícita em relação ao modelo capitalista) e até mesmo como um 'estudo sobre a maldade inerente ao homem' (e que filme não é, hoje em dia?). Mas o diretor se leva tão a sério, e tem tantos problemas em cortar fora o desnecessário, que o que acabamos presenciando é uma brilhante interpretação de Daniel Day-Lewis se esvaindo por água abaixo até os últimos e sofríveis centímetros de celulóide, que por sinal servem apenas para lembrar aos espectadores que, conforme prometido, there will be blood.

Um comentário:

Patrícia Lima disse...

OI, mudei um pouco meu blog e coloquei o link do teu no meu. Troquei o nome também, agora é patricialimablog, hehehe...
Vê se me visita e deixa um recado!!