segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Os melhores de 2008 (em uma só frase) até agora, na minha humilde opinião

#Maria Taylor with Andy LeMaster - Savannah Drive
Uma preciosidade de EP para momentos de introspecção profunda. (ouvir: Leap Year)
#TV On The Radio - Dear Science,
Mais acessível, mais dançante e mais consistente que o anterior. (ouvir: Golden Age)
#Shearwater - Rook
Discaço do tecladista do Okkervil River e cia. (ouvir: de cabo a rabo)
#Bonnie 'Prince' Billy - Lie Down In The Light
Um pouquinho de alt-country bem feito não faz mal a ninguém. (ouvir: You Want That Picture)
#The Tallest Man On Earth - Shallow Grave
É como se o neto perdido do Bob Dylan tivesse se escondido nas montanhas e gravado um dos melhores álbuns do ano. (ouvir: tudo, no repeat infinito)
#Portishead - Third
Ainda em forma após um pequeno intervalo de onze anos. (ouvir: The Rip)
#Fleet Foxes - Fleet Foxes
Tá, é meio My Morning Jacket demais, mas também é bom pra caramba. (ouvir: Ragged Wood)
#Siba e a Fuloresta - Toda vez que eu dou um passo o mundo sai do lugar
Uma mistura de ritmos nordestinos com belas melodias e letras que não te fazem regurgitar. (ouvir: sem preconceito)
#Lesser Gonzalez Alvarez - Why is Bear Billowing
Folk de altíssima qualidade e baixíssima divulgação. (ouvir: Owl and The Pussycat)
#Beach House - Devotion
Post específico nos arquivos deste blog.
#HEALTH - DISCO
Coloquei na lista porque uma das músicas mais legais do ano está nesse CD. (ouvir: Crimewave (Crystal Castles Vs Health))
#M83 - Saturdays = Youth
Para os frequentadores de festas revival dos anos 80, mas com bom gosto. (ouvir: Kim and Jessie)
#Júpiter Maçã - Uma Tarde na Fruteira
Não é bem de 2008, mas foi reeditado agora e vale muitíssimo a pena. (ouvir: Beatle George)
#Shugo Tokumaru - Exit
Explosão de alegria instantânea ou o seu dinheiro de volta. (ouvir: Button, todo o resto)
#Jacaszek - Treny
Ouvi uma vez e me apaixonei. (ouvir: deitado, com fones de ouvido)
#Cat Power - Jukebox
Chan nos presenteia com mais um álbum de covers - e uma inédita - de responsa. (ouvir: Silver Stallion)
#Devotchka - A Mad And Faithful Telling
Ciganada pegando pesado pra animar a sua festa de família. (ouvir: Comrade Z, pra entrar no clima)
#Bon Iver - For Emma, Forever Ago
Um pouco demasiado emo, mas tem algumas das faixas mais bonitas do ano. (ouvir: Skinny Love)
#Nick Cave and The Bad Seeds - Dig!!! Lazarus, Dig!!!
Tio Nick continua em forma, para o bem da nação. (ouvir: We Call Upon The Author)
#Erykah Badu - New Amerykah Part One (4th World War)
Belo CD experimental de R&B/hip hop. (ouvir: Soldier)

...não necessariamente nessa mesma ordem.

sábado, 6 de setembro de 2008

Primeiras impressões: Marcelo Camelo "Sou"

Deixar a barba crescer, colocar foto com olhar penetrante no encarte do CD, sentar num banquinho com um violão e chorar a morte da bezerra em slow motion. Todas as alternativas anteriores são características do movimento emo-folk, que assola o mundo enquanto escrevo. É Sam Beam pra cá, Will Oldham pra lá, Justin Vernon tentando não ficar pra trás... Aparentemente, o país carecia de um barbudo chorão tupiniquim, e é justamente esse nicho que a metade criativa do Loser Manos vem tentar suprir com o lançamento do seu álbum solo, "Sou/nós".
Como diz o título do post, o que escrevo aqui são primeiras impressões, vindas de um fã dos pais de Anna Júlia, cujos ingressos para o show do Camelo estão pegando pó na estante desde o mês passado. Embora fã, consigo distinguir nos hermanos um quê de choramingueira emo - 'quem é mais sentimental que êeeu?', questionam-se os seguidores de franja e lápis no olho - e me divertir com isso. Acho, inclusive, que Rodrigo Amarante e Marcelo Camelo, juntos, injetaram muita coisa relevante no rock/pop/melação-de-cueca brasileiros. Mas a praga de Seinfeld se mostra presente aqui também. Sozinhos eles não são nada. Rodrigo Amarante tendo ereção na Orquestra Imperial já era um tanto quanto sofrível, e agora me aparece o Marcelo Camelo com um disco solo tão pretensioso e vazio de sentido que deve ter feito o Dorival Caymmi se revirar muito lentamente no túmulo.
As marcas-registradas da composição cameliana continuam intactas: aliterações com a letra 's', temática de solidão e lamúria de corno, interjeições de dor como refrão, entre outras. Lenga-lenga após lenga-lenga, o cara nos leva em uma viagem sem fim, passando pelo Rio de Janeiro, onde "os velhinhos são bons de papo e as gordinhas, um alvoroço"(?). O problema é que soa forçado lá pela décima vez em que tu ouve "ui ui ai ai" sendo entoado como se equivalesse a... sei lá, uma palavra de verdade, talvez. No final das contas, a capa do CD foi mais bem pensada do que o resto da m&*#@ toda.
Embora me pareça impossível no momento, espero poder mudar de opinião até a data do show. Recado pro Camelo: vê se pára de choramingar, marmanjo. E se o fizer, que seja com dignidade. Ou então volta correndo pro Amarante. Abraço.